28/11/2008



APDM e AIP-FIL assinaram parceria estratégica para a Organização da EXPOSUB 2009.


Na sequência de duas organizações bem sucedidas do primeiro certame realizado em Portugal, inteiramente dedicado às actividades subaquáticas, EXPOSUB - Salão Internacional de Actividades Subaquáticas (www.exposub.com), nos anos de 2006 e 2008, a APDM (Associação Portuguesa para a Dinamização do Mergulho), assinou recentemente com a AIP-FIL (Associação Industrial Portuguesa) um protocolo de parceria estratégica.

O objectivo do protocolo assinado visa a realização da EXPOSUB nas instalações da Feira Internacional de Lisboa, mantendo a identidade própria que o certame já conquistou, mas aproveitando as excelentes condições do espaço, a capacidade organizativa e mediatismo da AIP-FIL.

O conceito prevê a realização da EXPOSUB integrada na Nauticampo, certame com mais de 4 décadas de tradição, cerca de 600 expositores e 100.000 visitantes, mas com 3 dias de duração, um espaço e imagem próprias.

Como em edições anteriores, a Nauticampo terá a duração de 9 dias, com início a 7 de Fevereiro de 2009.

26/11/2008

Peniche regressa ao passado

15 de Março de 1942.
A Segunda Guerra Mundial alastra e arrasa toda a Europa.
Portugal é considerado "País Neutro". Lisboa é antro de espionagem e refúgio de ambos os lados da guerra.
Por todo o lado ocorrem episódios esporádicos de ataques a barcos mercantes e de comboios militares que cruzam as nossas costas. Verdadeiras batalhas são vistas de terra, para desconforto e total impotência do governo Português.

Ao largo de Peniche, o "SS Dago" é avistado por um caça-bombardeiro Alemão, que em pouco tempo larga a sua carga mortal sobre o navio, deixando-o irremediavelmente condenado a ser mais um naufrágio de guerra.

Paulo Costa, inicia o seu trabalho de pesquisa sobre o navio 63 anos após os acontecimentos.
Hoje, reunidas as informações históricas, permite-nos ter uma visão dos detalhes e pormenores sobre tudo o que aconteceu naquele fatídico dia. O ataque, os sobreviventes e o resgate pelas gentes de Peniche, serão tópicos abordados na sua apresentação, para além das consequências e repercussões politicas de tal acontecimento.

Tudo isto também confirmado por vários mergulhos feitos no local do naufrágio.
Para falar sobre o planeamento, preparação e execução dos mergulhos, o Team In-Silence, composto pelos mergulhadores técnicos José Marques e Armando Ribeiro, com um vasto currículo e experiência de mergulhos em naufrágio por todo o mundo, apresentarão a visão actual do estado do naufrágio e da sua fascinante actividade, complementado a sua apresentação com fotos, feitas no naufrágio..

Para terminar, nada melhor que a coordenação entre todos os intervenientes para a criação de um excelente documentário em video, realizado com a habitual mestria e qualidade que João Sá Pinto coloca em todos os seus trabalhos.

Mais do que um filme de mergulho é um documento histórico.

Estão assim reunidas pela primeira vez, quatro apresentações sobre um unico tema : o naufrágio do "SS Dago".
Uma forma diferente de apresentar e conhecer a nossa história e os episódios que a compôem, é tambem uma maneira de celebrar a excelente iniciativa da Camara Municipal de Peniche, Novembro, Mês do Mar.

24/11/2008

planetad'agua nº12

E já está a caminho dos assinantes a última planetad'agua de 2008!
Dois anos de revista impressa, mais de 1000 páginas só de mergulho.
Para recuperar algum atraso, vamos começar já a tratar do número de Janeiro, que lá por ser o 13 não será descurado, mas sim aprimorado ... e mais não se diz!

07/11/2008


Jacques Piccard, o famoso explorador submarino suiço, faleceu no passado dia 1 com 86 anos de idade.

Filho de Auguste Piccard, o inventor dos batiscafos, colaborou com ele na concepção do Trieste, com o qual e juntamente com tenente da marinha americana Dan Walsh, desceu ao mais profundo ponto do oceano, a fossa das Marianas, a 10.910 metros de profundidade.

01/11/2008

A 35 metros de profundidade vejo uma proa recortar-se em contra-luz no verde esmeralda do oceano. Sou assaltado por um turbilhão de emoções, se por um lado vibrava de alegria por contemplar tão poderosa visão, por outro uma profunda angústia oprimia-me enquanto contemplava as sombras do que já tinha sido um orgulhoso navio.

Mergulhar num naufrágio é o mais emocionante de todos os mergulhos, sentimos a grandeza de contemplar a história e ao mesmo tempo a pequenez da nossa condição humana perante a força da natureza.

A natureza foi ocupando o outrora poderoso navio, gorgónias, algas, crustáceos e peixes cobriam agora as chapas retorcidas daquele cargueiro. Uma explosão de cores e movimentos substituíra as correrias dos seres humanos, o silencio impusera-se ao som das máquinas poderosas que giravam hélices de quase 2 andares de altura.

Enquanto contemplo as belas gorgónias multicoloridas vou meditando sobre a forma como algo de tão poderoso aos nossos olhos humanos foi afundado em poucas horas e reduzido a um destroço pela fúria da natureza. Sinto-me frágil, tão frágil como aquelas gorgónias, interrogo-me sobre como é possível o ser humano pensar que controla o mundo. Percebo que a humanidade vive numa ilusão, quem controla o mundo é a natureza e nós ao não a respeitarmos acabaremos por sucumbir.

Observo os meus companheiros de mergulho rodearem a balaustrada como se tratassem de fantasmas, imagino a dor e o desespero que marcou os últimos momentos desse barco, vejo os espíritos dos que lá pereceram acercarem-se de mim interrogando-me sobre o que me levou a descer até ali. Presto-lhes uma sentida homenagem e conto-lhes os meus pensamentos.


Sinto que me compreendem, o meu parceiro aproxima-se de mim faz-me sinal se está tudo bem. Aponto para os espíritos, ele também os vê e repete o meu ritual. Os espíritos dizem-nos que outrora sentiam-se os donos do mundo, que era a nós humanidade que competia comandar o planeta e que o saque não só parecia algo de normal como até mesmo obrigatório.


Pedem para os seguirmos e conduzem-nos por corredores e salas por fim paramos na ponte de comando onde o comandante continua no seu posto agarrando a roda do leme.

A emoção leva-me a confessar que quando morrer quero vir para o fundo do mar pois esta é a minha casa e apenas aqui me sinto em paz.

Ele diz-me que antes disso tenho um longo trabalho a realizar, que tenho de transmitir aos outros tudo o que disse aos seus marinheiros.

Sinto uma amargura no seu tom de voz, ele responde-me que é por só ter tomado essa consciência tarde demais...


Não naufraguem no Lado Escuro da Lua!
in http://nitrox32.blogspot.com